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Ana Carolina Amaral de Pontes e Wellington Cabral Saraiva

Em Pernambuco

1 Roupas limpas, possivelmente manchadas ou consertadas

Separe em sacos plásticos por tamanho ou modelo de peça (calça, camisa) e escreva a informação do lado de fora do saco com caneta piloto ou comum (exemplo: camisas adulto M ou saias adulta G)

Hospitais psiquiátricos públicos, como o Ulysses Pernambucano, no Recife [tel. (81) 3182‑9900]. Entre em contato anteriormente com o serviço social para saber quais pacientes não têm família localizada ou cujas famílias vivem distante e têm dificuldade de visitar para levar roupas.

Abrigos de animais ou protetoras. Existem diversos, como o Abrigo do Sr. Alberto (abrigodeseualberto@hotmail.com), o MP Colina (contatos no Facebook e Instagram) e também em cidades menores, como a Associação de Resgate e Proteção aos Animais de Lajedo (ARPAL), em Lajedo (contatos no Facebook e Instagram: Rafaela Sullivan). Nesse caso, vale cortar as roupas como pequenos lençóis, para facilitar. Também recebem material de limpeza, ração, vitaminas e remédios veterinários dentro da validade.

2 Roupas limpas em bom estado e sapatos inteiros limpos

Tanto as indicações anteriores como igrejas católicas e evangélicas, terreiros, centros espíritas e movimentos religiosos que encaminham para pessoas em situação de vulnerabilidade.

Existem inúmeros, mas boas possibilidades são o Terreiro Ilê Axé Orixalá Talabi (Axé Talabi) [tel. (81) 8366-6921 – Luciany Farias), a Arquidiocese Católica, o Movimento Negro Evangélico (jacksonjr95@gmail.com), o Coletivo Vozes Marias e os centros Grupo Espírita Francisco de Assis (GEFA) e Centro Espírita Hermelinda Lopes (CEHL – tel. (81) 9940-3320 – Christiane).

Há muitos outros, com páginas em redes sociais. Caso tenha portador, os templos religiosos de todas as matrizes, no Agreste e no Sertão, costumam precisar dobrado de doações. Um bom caminho pode ser contatar seu movimento para saber se há contato com locais afastados, como sítios e pequenas comunidades do interior. Nesses locais, a necessidade de sapatos fechados é grande.

3 Produtos de higiene pessoal, leite, material de limpeza e fraldas descartáveis

Esses produtos são bem-vindos em quase todos os lugares, mas especialmente necessários em abrigos de idosos e de crianças. Também em casas de apoio para tratamento de saúde não vinculadas a prefeituras.

Sugerem-se o Abrigo Santa Luzia [tel. (81) 3479-2212], na Vila Sotave, e o Lar de Maria [tel. (81) 3343-7552], da dedicada Maria Salete, em Prazeres, Jaboatão dos Guararapes. Uma casa de apoio muito necessitada é a Pousada Filhos de Deus, no bairro de Santo Amaro, Recife [R. Rocha Pita, 109 – tel. (81) 32210891].

Praticamente em todas as cidades do interior de Pernambuco existem abrigos de idosos, frequentemente mantidos com dificuldades por entidades beneficentes. Estes são os mais vulneráveis.

4 Enxovais infantis, fraldas e roupas de criança em condições de uso, brinquedos

Dê preferência a coletivos feministas, que não apenas entregam os itens, mas fazem rodas de diálogo sobre cuidados com bebês, sobre a necessidade de integrar o pai nas responsabilidades e sobre controle posterior de natalidade. Existe o belo trabalho de Débora Aguiar em Piedade: Coletivo de Mães Feministas Ranúsia Alves [tel.: (81) 98805‑5817]. Diversas entidades que trabalham com crianças com deficiência também recebem. Dê prioridade a locais menores, menos contemplados, como o Centro de Apoio e Integração de Portadores de Necessidades Especiais (CAINE – Rua Doutor Antônio Carlos Oliveira, 5.570 – tel. (81) 98322-3220), em Candeias, Jaboatão dos Guararapes.

Templos religiosos também encaminham doações para crianças.

5 Alimentos não perecíveis

Muitos templos religiosos encaminham essas doações. Dê preferência a cultos de matriz africana, que costumam estar em locais de muita vulnerabilidade e tanto doar o gênero alimentício como comida pronta a quem mais precise. Sugere-se, por exemplo, o Terreiro Ilê Axé Orixalá Talabi (Axé Talabi) [tel. (81) 8366-6921 – Luciany Farias).

6 Lençóis, cobertores, travesseiros, casacos, meias e agasalhos

Esses itens são especialmente importantes em locais de Pernambuco que esfriam à noite, como o Sertão e partes do Agreste. Há diversas campanhas do agasalho nas cidades. Vale entrar em grupos de caronas nas redes sociais e pedir para conhecidos levarem as doações para igrejas e templos das cidades mais necessitadas.

Outro lugar de muita procura são abrigos de idosos e crianças (veja o item 3).

Se houver pressa, vale doar para entidades que fazem “bazar do real” (bazares com preços simbólicos). Sugerem-se o Lar de Jesus, no bairro da Torre, em que funciona desde 1947 um abrigo de idosas e um bazar (ao lado do Atacado dos Presentes – R. Vitoriano Palhares, 77), e o Centro Espírita Hermelinda Lopes (CEHL – tel. (81) 9940-3320 – Christiane).

7 Itens eletrônicos, eletrodomésticos, móveis, papéis limpos

O grande Dom Hélder Câmara foi um dos apoiadores do belíssimo projeto Trapeiros de Emaús, que coleta esses itens (R. Mamede Coelho, 53, Dois Unidos, Recife – tel. (81) 3451-2247 – www.emausrecife.com). Também é possível doar em alguns dos bazares citados aqui.

8 Roupas em excelente estado, sociais ou rigor, acessórios, saltos altos

Para peças de alta qualidade, o melhor é vender em classificados gratuitos e reverter o valor para a causa de sua preferência.

Alguns lugares trabalham com bazar, mas o público dos bazares de um real frequentemente precisa de itens mais simples e adaptados ao dia a dia, sapatos confortáveis e duráveis, roupas fáceis de lavar e manter.

Ainda assim, é possível doar em bazares de igrejas e entidades que vendam a preços baixos, mas não simbólicos. Um bom lugar é o Lar de Clara [tel. (81) 3343-7980].

9 Absorventes higiênicos, xampus, esmaltes, maquiagem, sabonetes

Um lugar muito esquecido são as colônias penais femininas. Mulheres recebem muito menos visitas e sofrem diversos abandonos. Você pode fazer as doações chegar pela Rede Nacional de Feministas Antiproibicionistas (RENFA) e pelo Coletivo Liberta Elas (liberdademulheres@gmail.com ou tel. (81) 9139-5972). Lembre-se também de oferecer livros!

10 Livros infantis, especialmente com personagens mestiços, negros e indígenas

Livros são muito necessários em escolas da zona rural e em cidades com predomínio indígena e quilombola. Já pensou como é difícil para essas crianças não se verem refletidas nos livros que folheiam?

Doações desses livros podem ser enviadas para professores dessas crianças e adolescentes, em cidades como Garanhuns, Águas Belas, Pesqueira e, claro, no Grande Recife e no restante do Estado. Sugere-se priorizar escolinhas das zonas rural e canavieira. Há professores e professoras da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) que podem fazer os livros chegar às escolas (contate professoraanapontes@gmail.com).

11 Livros de ensino médio em bom estado (preparatórios para vestibulares)

Esses livros são importantes, bem como aulas, caso você possa, nos diversos cursos pré-vestibulares gratuitos e solidários do estado, para alunos da rede pública. Recomenda-se o Vestibular Solidário (www.vestibularsolidariope.com.br), no Centro de Educação da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), que recebe e repassa estes livros para jovens periféricos que lutam para acessar a universidade. Outra possibilidade é o pré-vestibular Carolina de Jesus (projetocarolinadejesus@outlook.com). Todos têm redes sociais que você pode acessar.

12 Livros adultos não religiosos de temas acessíveis

Diversas penitenciárias necessitam de livros para apoiar a reflexão de apenados e apenadas, a progressão de regime de cumprimento das penas e a reintegração dessas pessoas. Você pode fazer as doações chegar pela Rede Nacional de Feministas Antiproibicionistas (RENFA) e pelo Coletivo Liberta Elas (liberdademulheres@gmail.com ou tel. (81) 9139-5972).

13 Palavras faladas e escritas, apoio, força

Pessoas em abrigos e hospitais necessitam de palavras amigas. Muito necessitado de apoio e visitas é o Hospital da Mirueira, em Paulista (veja horários no tel. (81) 3184-4409). Nos fundos da instituição, pessoas que perderam contato com a família e são sobreviventes de hanseníase moram em casinhas e também precisam de doações.

A Rede Nacional de Feministas Antiproibicionistas (RENFA), em parceria com a Uiala Mukaji Sociedade das Mulheres Negras de Pernambuco [tel. (81) 3222‑4608], organiza momentos de diálogo com mulheres da Colônia Penal Feminina do Recife. Podemos levar doações e cartas para as mulheres em privação de liberdade. Algumas mulheres dispuseram-se a ser correspondentes e gostariam de mobilizar 40 mulheres feministas que possam a cada dois meses escrever uma carta para uma das mulheres privadas de liberdade, possibilitando durante um ano contato dessas mulheres com a possibilidade de ter esperança. Se você tiver interesse em ser uma das correspondentes, mobilizando com palavras sentimentos de acolhimento da importância delas no mundo, escreva para o email liberdademulheres@gmail.com.

Também é possível integrar o Centro de Valorização da Vida (CVV – tel. 188) e doar palavras de conforto para pessoas em crise e com ideações suicidas. Nesse lugar, meu avô Milton Persivo foi voluntário por anos e por meio dele me ensinou o olhar para as coisas que hoje compartilho.

O amor é persistente e constrói pontes. Sempre. Forte abraço.